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Morre com Covid-19 Nelson Meurer, primeiro condenado pelo STF na Lava-Jato

Extra | 12/07/20 - 14h51
Laycer Tomaz/Arquivo/Câmara dos Deputados

Morreu na manhã deste domingo o ex-deputado federal Nelson Meurer, de 77 anos. Ele foi primeiro condenado pelo Supremo Tribunal Federa (STF) na Operação Lava-Jato. O advogado do ex-parlamentar, Michel Saliba, informou que ele estava internado desde o último dia 6 e testou positivo para o novo coronavírus.

Meurer cumpria pena de 13 anos e 9 meses na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, desde outubro do ano passado. O advogado afirma que Meurer foi transferido para um hospital da cidade depois de apresentar os sintomas da Covid-19, e um exame realizado no mesmo dia comprovou que o ex-parlamentar havia contraído a doença.

O advogado disse que, desde novembro, tentava no STF que Meurer cumprisse prisão domiciliar. Foram três pedidos, sendo o último em março, quando foi declarada a pandemia.

- Uma tragédia anunciada, que poderia ter sido evitada, é só o tenho a te dizer - disse ao GLOBO Nelson Meurer Junior, filho do ex-parlamentar.

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) lamentou a morte do colega:

- Já havia pedido para a prisão domiciliar, uma recente inclusive, em função da Covid, mas não houve despacho. Agora, é só lamentar.

Pelas redes sociais, o prefeito de Francisco Beltrão, Cleber Fontana, decretou luto oficial no município.

"A administração municipal de Francisco Beltrão lamenta profundamente a morte do ex-prefeito e ex-deputado federal Nelson Meurer, na manhã deste domingo (12/07), vítima da Covid-19. Além de reconhecer o seu trabalho em prol de Francisco Beltrão, deseja força para a família".

Agropecuarita, Meurer nasceu em 23 de julho de 1942 em Bom Retiro (SC). Foi prefeito de Francisco Beltrão entre 1989 e 1993. Na Câmara dos Deputados, teve cinco mandatos, de 1995 a 2019.

O ex-parlamentar foi condenado no STF pelo recebimento propina em troca do apoio à nomeação e à permanência de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Segundo o processo, Meurer recebeu R$ 29,7 milhões em pagamentos periódicos.