Brasil

Mortes no RJ: pintor fingiu entregar currículo para encontrar idosa e pegou faca na cozinha

g1 | 13/06/22 - 11h18

O pintor Jhonatan Correia Damasceno, preso pela morte de duas mulheres no Flamengo, na última quinta-feira (9), fingiu que entregaria um currículo para Martha Maria Lopes Pontes, a idosa de 77 anos para quem tinha prestado serviço. Mas não havia documento algum: era uma desculpa para Jhonatan voltar à casa da ex-patroa.

Em depoimento, William Oliveira Fonseca, comparsa de Jhonatan e também preso pelo crime, afirmou que partiu do parceiro a ordem para matar as duas, e que o corte nas gargantas foi feito com uma faca da casa da idosa.

Jhonatan foi preso na noite de sexta-feira (10). William se entregou na noite de sábado (11).

Segundo William, quando os dois já estavam no Flamengo, “Jhonatan efetuou uma ligação, tendo falado com a diarista da residência que queria entregar um currículo a Martha, para que ela lhe auxiliasse a arrumar um emprego”.

O comparsa do pintor disse em depoimento que Jhonatan levou em uma mochila uma fita adesiva, “já com o objetivo de amordaçar as vítimas”, e também alguns lacres, “que foram utilizados como algemas”.

Segundo William, eles não levaram armas nem facas — utilizaram “uma que já existia no imóvel”.

Ele contou ainda “que ambas as vítimas clamavam para que Jhonatan não fizesse aquilo, alegando que já o tinham ajudado, e que ele era trabalhador”.

Como foi a ação

Jhonatan não se comoveu. A dupla amarrou as pernas das vítimas com fita adesiva, colocou os lacres em seus braços e também as amordaçou, para que não gritassem.

O pintor, a partir daí, começou a revirar o apartamento. Separou “alguns relógios, cordões dourados e anéis”. Como não encontrou dinheiro, “Jhonatan passou a exigir que Martha preenchesse cheques, pois ele já sabia que ela costumava pagar dessa forma”.

“Antes de Jhonatan descer para descontar os cheques, ele disse para Martha que, caso alguém do banco ligasse, era para ela autorizar a transação bancária e ‘que era para ela não falar besteira’”, diz o termo de declaração.

Quando Jhonatan retornou, as vítimas ainda estavam amarradas e amordaçadas no corredor. William afirma que o pintor lhe disse “que era melhor matar as vítimas, pois senão elas poderiam reconhecê-lo”.

William admitiu ter matado as duas, cortando-lhes a garganta “até que desfalecessem por completo”.

Foi Jhonatan, segundo o depoimento, quem jogou álcool no quarto para carbonizar o corpo de Martha.

No domingo, a Justiça converteu em preventiva a prisão de Jhonatan. A audiência de custódia de William estava marcada para esta segunda.