Ao ser ouvido durante o júri popular dos cinco réus que respondem pelo envolvimento na morte de João de Assis Pinto Neto, auditor fiscal da Receita Estadual, da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), o pai de três dos acusados confirmou que o local do crime foi limpo após o assassinato da vítima. Ele foi ouvido durante a fase de oitivas das testemunhas. O julgamento está sendo conduzido pelo juiz Geraldo Amorim e acontece no Fórum da Capital, no Barro Duro, em Maceió.
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De acordo com a informação divulgada pela assessoria de comunicação do Ministério Público do Estado de Alagoas, no final da tarde desta quinta-feira (31), durante o depoimento o familiar relatou que a própria esposa, que também é ré pela morte do auditor fiscal, e a nora teriam feito a limpeza do local após o crime.
"Foi limpo sim, doutor. Era preciso limpar, que não ia deixar aquela sujeira. Se não me engano quem limpou foi minha esposa e minha nora", disse a testemunha.
Os réus Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo e Vinícius Ricardo de Araújo da Silva estão sendo julgados com as qualificadoras motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, crime cometido contra idoso, ocultação de cadáver e corrupção de menor, já que convenceram um menor a ajudar a limpar o local do crime.
A mãe de três dos acusados, Maria Selma Gomes Meira, será julgada por ocultação de cadáver, corrupção de menor e fraude processual. Ela também teria limpado o sangue da vítima da cena do crime e auxiliado na retirada do veículo da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz) do local.
O caso - No dia 26 de agosto de 2022, João de Assis, auditor fiscal da Receita Estadual, da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), foi encontrado morto após uma inspeção em um depósito de bebidas. O corpo foi achado carbonizado na região do Rio do Meio, próximo à Usina Cachoeira do Meirim, e o veículo da Sefaz, que ele dirigia, foi localizado em uma região de canavial, perto da rodovia AL-405.
Segundo os autos, o auditor fiscal João de Assis, de mais de 60 anos, foi assassinado com múltiplas lesões na cabeça. A vítima realizava uma inspeção no estabelecimento de propriedade de João Marcos Gomes de Araújo, Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo e Maria Selma. O acusado Vinícius Ricardo era funcionário deles.
Ainda conforme o processo, a vítima foi espancada, asfixiada, apedrejada e esfaqueada. Após o crime, os réus utilizaram gasolina e papelão para carbonizar o corpo da vítima em uma área de matagal.
Mesmo após o crime ter acontecido, os réus fecharam apenas uma parte do estabelecimento e continuaram atendendo clientes enquanto Maria Selma limpava as manchas de sangue do local, com ajuda de um menor de idade.
Durante o júri popular, que está sendo realizado nesta quinta-feira (31), a viúva dele, Marta Magalhães Pinto, relatou que, na data do crime, achou estranho o fato do marido não manter contato, o que não era comum, segundo ela. “Comecei a sentir um aperto no coração. Minha filha pedia para ligar pelo menos para o número funcional, mas não atendia”.
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