Política

Onyx elogia reformas de Pinochet e relativiza 'banho de sangue'

Folhapress | 21/03/19 - 23h26
Reprodução/Agência Brasil

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, elogiou nesta quinta-feira (21) a política econômica adotada pelo ditador Augusto Pinochet e disse que ele "teve de dar um banho de sangue". A declaração ocorreu no dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) iniciou visita oficial ao Chile.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro disse que as bases macroeconômicas estabelecidas pela ditadura chilena perduram até os dias de hoje no país sul-americano e que elas não foram alteradas nem por "oito governos de esquerda".

"No período de [Augusto] Pinochet, o Chile teve de dar um banho de sangue. Triste, o sangue lavou as ruas do Chile, mas as bases macroeconômicas fixadas naquele governo... Já passaram oito governos de esquerda e nenhum mexeu nas bases macroeconômicas colocadas no Chile no governo Pinochet", disse.

Segundo ele, no Brasil, para que ocorresse uma transformação, "só correu sangue do presidente", em uma referência ao ataque a faca sofrido por Bolsonaro durante evento de campanha no ano passado, em Minas Gerais.

No final da entrevista, diante das críticas de ouvintes, a emissora de rádio deu a oportunidade para que o ministro esclarecesse o que quis dizer com "teve de dar um banho de sangue". Ele respondeu que apenas lembrou que o Chile teve uma "revolução sangrenta" e disse que, provavelmente, "a turma da esquerda se incomodou" por ele ter reconhecido "algum mérito no governo Pinochet".

"O Chile, para poder ser o que ele é hoje, com US$ 24 mil de renda per capita ao ano, um país que tem absoluta independência, que tem prosperidade, que tem educação de qualidade, foram lançadas bases que permitiram que ele pudesse se consolidar", disse. "E no Brasil, que o presidente teve de dar seu sangue? Ninguém ficou revoltado?"

Onyx ainda pregou ainda a necessidade de um pacto nacional, superando, inclusive, diferenças ideológicas.

Bolsonaro deve retornar ao Brasil no sábado (23). A programação inclui participação na Cúpula sobre Integração Sul-Americana e um encontro com o presidente Sebastián Piñera.