A Polícia Militar afirma que o tumulto que acabou com nove mortos em Paraisópolis começou porque bandidos em fuga atiraram e se infiltraram no baile funk e que ainda não é possível saber se os policiais agiram corretamente.
De acordo com o tenente-coronel Emerson Massera, da PM, o episódio aconteceu por volta das 5h, quando uma moto suspeita passou atirando nos policiais.
A perseguição se deu por 400 metros e depois os suspeitos entraram no meio do baile ainda disparando, disse Massera. "Criminosos utilizaram pessoas no pancadão como escudos humanos", disse Massera. Os policiais, afirmou, teriam sido recebidos com pedras e garrafas arremessadas.
De acordo com Massera, "houve necessidade do uso de munição química", com quatro granadas de efeito moral e oito tiros de balas de borracha. "Mas a correria aconteceu ainda na perseguição", disse. Sobreviventes afirmaram não ter visto a perseguição e definiram a ação policial como uma emboscada. Massera diz que a perseguição está comprovada, uma vez que policiais avisaram rapidamente sobre a abordagem. Foram encontradas duas munições que seriam dos criminosos. Os suspeitos e a moto deles, porém, não foram encontrados.
Massera classificou como razoável o uso das munições não letais no "cenário apontado". No entanto, afirma que é dificil analisar se o procedimento foi correto e que um inquérito da PM vai apurar o assunto.
Massera diz que os policiais não usaram arma de fogo e que a munição não letal foi utilizada numa ação de recuo. O oficial afirmou que a ação foi diferente das demais que vêm ocorrendo em pancadões e que o consenso é que a atuação deve ser preventiva, isto é, os policiais devem buscar ocupar o lugar do baile funk antes da aglomeração.
Na noite de sábado, policiais chegaram a tentar ocupar o lugar antes, diz a PM. Sem conseguir evitar o evento, passaram a monitorar os arredores. A abordagem à moto aconteceu porque o veículo era parecido com um que já havia atirado nos policiais.