Interior

Polícia investiga se corpo achado em Branquinha é de homem agredido por guardas municipais

Deborah Freire | 07/02/19 - 10h13
Guarda agride preso já algemado | Reprodução / Vídeo

Um corpo com as mesmas características do homem que foi agredido por guardas municipais de Branquinha, na Zona da Mata de Alagoas, no mês de janeiro, apareceu no domingo (3), em um riacho próximo à cidade e mudou o rumo da investigação do caso. O fato foi filmado por testemunhas.

A partir de agora, mesmo sem a identificação oficial do cadáver, a Polícia Civil já trabalha com a hipótese de que o homicídio foi um desdobramento das agressões praticadas pelos servidores naquela madrugada.

De acordo com o delegado Sidney Tenório, os dois guardas municipais foram intimados a depor nesta quinta (7) e são considerados suspeitos de praticar o assassinato. Uma análise primária do Instituto Médico Legal apontou que a vítima tem uma marca de tiro na cabeça.

“Instauramos inquérito de homicídio e estamos apurando como um caso único, pelo menos por enquanto. A juíza e o Ministério Público já tomaram conhecimento do vídeo para ver que medidas podem ser tomadas. Recomendamos o afastamento dos guardas do serviço das ruas, o que pode ser decidido administrativamente ou judicialmente”, declarou o delegado.

O caso

O homem que foi vítima das agressões é Wanderson Alves dos Santos. Ele se envolveu em uma confusão com moradores de Branquinha, após depredar a casa de um deles, no dia 28 de janeiro, foi detido pela Guarda Municipal de Branquinha e levado para a delegacia de União dos Palmares.

As vítimas também se dirigiram ao local, mas como houve agressão mútua, preferiram não representar o autor e ele foi liberado. Os guardas o reconduziram a Branquinha e informaram que ele passaria a noite na sede do órgão municipal.

No entanto, uma semana depois, um corpo que pode ser do jovem foi encontrado em um riacho.  “O corpo apareceu em estado de putrefação, porque estava no rio e a água acelera esse processo. Pelas roupas, tudo indica que é o rapaz. Ele estava sem camisa, mas a bermuda é igual”, afirmou o delegado.

Wanderson não tinha família em Branquinha e nenhum parente compareceu ao IML de Maceió para fazer o reconhecimento. Uma testemunha do caso já foi ouvida.

Por meio de nota, a Prefeitura de Branquinha informou que os servidores envolvidos no caso foram afastados do cargo e vão responder a procedimento administrativo.