Suzana Ferreira da Silva, mulher que está sendo julgada nesta terça-feira (25) por tentar matar a própria mãe, Silvânia Maria Sabino da Silva, ao servir açaí misturado com veneno, se recusou a responder as perguntas da acusação e optou por ficar em silêncio na maior parte desta manhã de júri.
A mulher, no entanto, respondeu a uma pergunta da Defensora Pública, que quis saber se procede que ré tentou matar a mãe envenenada. Em resposta, a mulher disse: "sim, tentei, mas já estou arrependida". A frieza da mulher chamou a atenção de quem acompanha o julgamento, que ainda não tem previsão para terminar.
A irmã: "Ela matou a família inteira"
A irmã da acusada, uma jovem de 18 anos, disse em depoimentos que, três semanas depois da tentativa de homicídio, Suzana teria ligado e dito: "Eu me arrependo de tudo que fiz, mas agora não tem mais jeito" sem entrar em detalhes do que fez.
A jovem disse que a irmã precisa ficar presa o máximo de tempo para que a sobrinha, filha de Suzana criada por ela com suporte da bisavô, possa ter o direito de crescer "como os outros não tiveram", diz referindo-se aos sobrinhos que supostamente foram envenenados pela própria mãe. "A Suzana não matou somente os dois filhos e tentou matar a mãe, ela matou a família inteira".
A avó da ré e mãe da vítima foi ouvida como declarante, e não como testemunha. Chorando, a idosa contou que a filha era uma professora ativa e que trabalhava nos três horários. Ela disse ainda que a filha era uma mãe amorosa e que fazia de tudo pelo bem-estar da neta, e que após a tentativa de homicídio a neta usou os cartões dela e dos pais e contraiu dívidas grandes.
"Covarde e mentirosa", afirma promotor
O Ministério Público sustenta a tese de tentativa de homicídio duplamente qualificada, por motivação torpe e por emprego de meio insidioso. "Ela não tem nenhum problema mental, ela sofre de analgesia moral. A defesa não me venha aqui dizer que o que ela fez foi num momento de surto, ela premeditou e sempre quis matar a mae", afirmou o promotor de Justiça do caso, Antônio Vilas Boas, da 9ª Promotoria de Justiça da Capital.
Promotor de Justiça, Antônio Vilas Boas. Foto: Cortesia / Ascom MPAL
"Além de covarde é mentirosa e ainda denigre a imagem da mãe. Diz que uma mulher em estado vegetativo nunca a amou , que nunca teve carinho de mãe. Mentirosa, os familiares disseram aqui que a mãe sempre a apoiou. A irmã disse aqui que pegou no computador pesquisas de como envenenar uma pessoa sem deixar vestígios", complementa o promotor.
Relembre o caso - Suzana Ferreira foi presa em 24 de novembro de 2023, quando procurou a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência. Mas o que ela não esperava é que, ao fornecer os dados, os policiais acabaram visualizando um mandado de prisão em aberto contra ela. A mulher estava sendo procurada pelas autoridades policiais com a suspeita de ter envenenado e matado dois filhos.
Ela teria envenenado uma filha, de apenas um ano de idade, no ano de 2016, e um filho de três anos de idade, no ano de 2021. A mulher, de acordo com o delegado responsável pelas investigações, Arthur César, não tem diagnóstico de transtorno mental.
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