Gente Famosa

Thalita Rebouças revela obsessão com trabalho de compositora

04/08/18 - 17h52
Reprodução

Thalita Rebouças, 43, fala com todo mundo. Brinca, conversa, abraça. Interrompe a entrevista em meio a várias desculpas e pede: "Não vai falar mal de mim". Em uma das interrupções, no entanto, um pequeno fã, agora não tão pequeno, traz seus dois livros recém-lançados, faz a dedicatória ali mesmo e presenteia a escritora.

A escritora carioca diz não serem raras essas situações. Apenas nesta sexta-feira (3), afirma ter recebido quatro livros de fãs que, agora crescidos, seguem a mesma carreira de seu ídolo. "Vou ficando velha e emotiva, choro nessas horas. Aí fico toda cagada pra tirar self com nariz ruim e rímel aqui", brinca.

A conversa aconteceu na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, onde Thalita diz ser presença garantida todo ano. Após a sessão de autógrafos desta sexta, ela voltará no sábado (4), no domingo (5) e também na próxima semana. Estava empolgada e com planos também com o lançamento do livro de Maurício de Souza e Ziraldo, neste sábado.

Com 18 anos de carreira e 22 livros lançados para o público infantojuvenil, Thalita está terminando sua próxima obra, "Confissões de Uma Garota Popular, Linda e (Secretamente) Infeliz", que deve ser lançada em novembro. É terceiro da série Confissões, que traz a abordagem de temas mais complexos, como bullying e transtorno alimentar.

Mas ela também comemora as mudanças de ares na carreira, com o lançamento do longa "Tudo por um Pop Star", baseado em seu livro de mesmo nome e que corresponde a seu primeiro roteiro de filme, e com o sucesso de suas primeiras composições musicais do filme "Fala Sério, Mãe" e da novela "As Aventuras de Poliana".

"Estou parecendo criança. Ter 43 anos e conseguir seguir outros caminhos que a escrita pode me levar. E eu achei que não sabia fazer essas coisas e a galera está me dando crédito, deixando eu fazer, e estou aprendendo", afirmou ela, que confessa ter tido influência do namorado, o produtor Daniel Lopez, para compor.

Ela conta que a aventura musical começou com uma canção para o longa "Fala Sério, Mãe", feita em parceria com o namorado. Desde então, quer compor o tempo todo, a ponto de Lopez propor as primeiras aulas de violão. "Já aprendi a fazer o mi, o sol, o lá e o ré, dá pra fazer um monte de coisa com isso", brinca ela.

"Sou de mergulhar de cabeça mesmo, estou psicopata do mesmo jeito que fico com os livros. Chego a ficar oito horas escrevendo direto, só paro pra fazer xixi. Com a música está sendo igual", diz ela, que também terá o musical "Fala sério, Gente", baseado em seu livro e dirigido por Cláudia Raia, viajando pelo país no segundo semestre.

‘Marcelo, Marmelo, Martelo"

Thalita publicou seu primeiro livro no ano 2000, mas afirma que já gostava de escrever muito antes disso, desde que leu "Marcelo, Marmelo, Martelo" (1976), da Ruth Rocha. Aos dez anos, já fazia seus "livros" com folhas grampeadas e ilustrações feitas por ela mesma. As histórias eram lidas para toda a família.

"Eu queria ser escritora, mas também queria ser astronauta e ter meu próprio foguete pra me levar pra lua. Também queria ser dona de boate para meus pais não poderem me mandar dormir cedo. Até um shopping eu pensava em ter na época", brinca ela.

Mas esses planos ficaram adormecidos por um tempo, e Thalita chegou a cursar dois anos de direito e a trabalhar como jornalista antes do lançar seu primeiro livro: "Traição Entre Amigas" (2000). Ela esperava atingir o público de 18 a 25 anos, mas conquistou mesmo a garotada de 12 a 14. "Foram eles que me escolheram", diz a escritora.

Desde então, acumula livros infantojuvenis e fãs. "Já vi muita gente crescer. Hoje o meu leitor de 27 anos leva a filha de sete para as minhas filas [de autógrafo]. É melhor que meu melhor sonho. Achei que ia só escrever livro de vez em quando, não achei que fosse viver dele, que meus livros iam ganhar tanta projeção, tenho muito orgulho."

Para se manter atualizada com o mundo adolescente, Thalita usa as redes sociais. É por esse canal, que pergunta por exemplo se ainda pode usar recreio ao invés de intervalo, e onde ouve pedidos como o de abordar assuntos mais ásperos como bullying e preconceito.

"Eu sempre defendi a internet, porque, para estar na internet, você precisa ler e escrever. Não dá pra falar mal, principalmente agora que o internetês caiu de moda com todas aquelas abreviações, isso foi maravilhoso. A pessoa lê um livro, posta e leva ele pra mil pessoas, 1.500 pessoas, 15 mil pessoas, quer coisa melhor?", afirma.