Brasil

Um em cada dez brasileiros é Maria ou José, diz IBGE

IBGE divulgou levantamento inédito sobre os nomes da população com base no Censo 2010

27/04/16 - 14h38
R7

Maria e José são os nomes favoritos dos brasileiros. Entre os 190 milhões de habitantes do País, 17,4 milhões têm um desses nomes grafados na carteira de identidade. São 11,7 milhões de Marias e 5,7 milhões de Josés. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (27), em um levantamento feito com base no Censo de 2010.

Foram observados 130.348 nomes diferentes na população, 63.456 masculinos e 72.814 femininos. Entre as mulheres, Maria e Ana se mantêm estáveis em primeiro e segundo lugar, respectivamente, desde a década de 1930.  Para o sexo masculino, Jose e Antonio aparecem em primeiro e segundo lugar, respectivamente.

O estudo permite, ainda, identificar nomes comuns até a década de 1930 que caíram em desuso nos anos 2000. O nome Alzira, que antes de 1930 aparecia 8.132 vezes, só apareceu 288 vezes nos anos 2000. Para o sexo masculino, Oswaldo aparecia 1.335 vezes até 1930, caindo para uma frequência de 235 registros nos anos 2000. Outros nomes como Geralda, Severina, Avelino e Waldemar apresentaram comportamento semelhante.

Já em relação à década de 1950, deixaram de ser utilizados nomes como Terezinha, que caiu de 84.879 para 768 registros nos anos 2000; e Neusa, que aparecia 36.327 vezes na década de 1950 e caiu para 243 registros nos anos 2000. Para os homens, caíram em desuso os nomes Benedito, que possuía 54.451 registros nos anos 1950 e caiu para uma frequência de 2.560 nos anos 2000; e Severino, que passou de 39.475 na década de 1950 para 1.373 nos anos 2000.

Famosos

O levantamento também mostra o comportamento de nomes de pessoas famosas e personagens que marcaram época. O nome Dara, por exemplo, personagem de uma novela nos anos 1990, cresceu 4.592% nessa década. Nos anos 2000, o nome Caua cresceu 3.924%, provavelmente influenciado por um ator famoso. Dentre os esportistas, o nome Romario explodiu na década de 1980, quando cresceu 402%, aumentando, ainda, 278% na década de 1990. Ayrton foi bastante utilizado na década de 1990, crescendo 269% nesse período. Zico teve seu auge de registros nos anos 1980, quando nomeou 300 pessoas. Já o nome Pele apresentou 35 registros nos anos 1960, aparecendo ainda nas décadas de 1970 e 1980.

No projeto são apresentados somente os nomes que apareçam 20 vezes ou mais para o total Brasil. Para unidade da federação se exige uma frequência de ao menos 15 nomes iguais e, para os municípios, se exige uma frequência de ao menos 10 nomes. Por esta razão, o total do Brasil para alguns nomes pode não ser igual à soma das unidades da federação, assim como o total das unidades da federação de alguns nomes pode não ser igual à soma de seus municípios.

Método

As formas variantes dos nomes foram contabilizadas distintamente, conforme registradas na lista de moradores do domicílio no momento da coleta do questionário. Desse modo, nomes como Ana ou Anna, Ian ou Yan, Luis ou Luiz, entre outros, foram considerados isoladamente, com a grafia original da coleta. Também não foram previstos sinais como acentos, cedilha, trema e til (por isso os nomes citados estão sem esses acentos).