Polícia

Vítima de falsa médica faz nova denúncia em Maceió: "Cobrou R$ 480 e passou receita"

João Victor Souza | 16/04/24 - 17h26
Imagem Ilustrativa | Pixabay

Uma nova vítima da falsa médica que atendia no bairro da Jatiúca, em Maceió, procurou a polícia para denunciá-la no início desta semana e deu detalhes do atendimento feito pela mulher. O caso de exercício ilegal da profissão ganhou repercussão na semana passada depois da autuação da suspeita após ela ter sido detida em um centro empresarial e encaminhada à delegacia.

A delegada Luci Mônica confirmou ao TNH1, na tarde desta terça-feira (16), que a vítima foi até o 2º Distrito Policial e levou a receita médica que havia sido passada pela falsa profissional de Medicina. "Ela mostrou a receita, que por sinal, tinha uma lista grande de medicamentos passados pela mulher. Ela disse que foi atendida neste ano, foi recente", disse a delegada.

Ainda segundo a denunciante, a quantia de R$ 480 foi cobrada pela consulta e a falsa médica se apresentou para a paciente como uma profissional que tem registro no Conselho Regional de Medicina de Alagoas (CRM-AL), o que já foi checado e desmentido pela polícia.

"Antes ela tinha dito que era formada no Rio Grande do Sul, mas quando foi ouvida, não apresentou a documentação. Não apresentou nada até agora. Ela, desta vez, para esta paciente, disse que tinha o CRM de Alagoas, o que também não confere. Já verificamos no Rio Grande do Sul e em Alagoas, e ela não tem registro", enfatizou Mônica.

A delegada destacou que o depoimento da vítima e a receita apresentada por ela vão ser anexados no inquérito já encaminhado à Justiça alagoana. "Agora ficamos no aguardo de mais outras vítimas da falsa médica, e a medida que os depoimentos forem acontecendo, nós vamos colocando no inquérito", concluiu.

Vítimas podem procurar o 2º Distrito Policial, em Maceió (Crédito: Divulgação/PC)

O caso - No último dia 10, A Polícia Civil recebeu denúncia do Conselho Regional de Medicina de Alagoas e autuou uma mulher que estaria se passando por médica nutróloga e com especialização em oncologia metabólica, mas sem o diploma, na capital alagoana. Ela compareceu à delegacia e foi autuada por exercício ilegal da medicina. A mulher não ficou presa, mas precisou assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

Veja a nota do CRM-AL:

"A polícia civil, deteve em flagrante na manhã desta quarta-feira (10) uma suposta falsa médica. A ação ocorreu após denúncia do Conselho Regional de Medicina do Estado de Alagoas (Cremal), que checou a veracidade de seu suposto registro profissional em todos os conselhos do país, não encontrando nenhum registro de inscrição médica, em território nacional. 

Portadora das iniciais H. O., utilizava um número de CRM falso e atendia pacientes como médica nutróloga, no empresarial Harmony Medical Center, no bairro da Jatiúca. Em suas redes sociais, dava dicas de emagrecimento saudável e diversas doenças. No consultório foram apreendidos receituários, carimbo e solicitações de exames, a suposta falsa médica cometia o crime pelo menos há um ano. Em seu depoimento, a acusada informou que seu registro era do Rio Grande do Sul, informação checada e atestada como falsa. Ela segue prestando esclarecimentos e será indiciada por exercício ilegal da medicina. 

A ação do Cremal foi fundamental para que a suposta falsa médica fosse descoberta. “Recebemos algumas denúncias e iniciamos a checagem dos dados, fizemos uma verdadeira varredura por todos os conselhos de medicina do país, onde verificamos a inexistência desse registro profissional. Queremos agradecer e parabenizar a atuação da polícia civil alagoana, na figura da delegada do 2° Distrito Policial, Dra. Luci Mônica, que nos atendeu de pronto com toda sua equipe, sendo possível interromper a atuação ilegítima da medicina em nosso estado”, afirma Dr. Benício Bulhões. “Continuaremos vigilantes para que a sociedade seja protegida desses indivíduos que colocam a vida de inúmeras pessoas em risco. Esse é um dos papeis do Conselho de Medicina”, complementa o presidente. 

Com o flagrante, a acusada será indiciada, respondendo o processo em liberdade. O consultório onde recebia pacientes foi fechado pela polícia. O Cremal seguirá colaborando com as investigações".