Polícia

Caso Amanda: suspeita usou dados de outra pessoa para fazer cadastro em app e solicitar corrida

João Victor Souza | 17/08/22 - 08h31
Amanda foi morta após ser rendida por trio durante corrida de aplicativo | Arquivo Pessoal

A mulher foragida suspeita de participação no crime de latrocínio contra Amanda Pereira dos Santos, 27, a motorista encontrada morta em Maceió após sofrer estrangulamento, teria cadastrado um perfil falso no aplicativo de transporte para solicitar a corrida. A informação foi confirmada pela Polícia Civil horas após a prisão de Jackson Vital, assassino confesso da condutora de app, na noite dessa terça, 16.

Segundo o delegado Igor Diego, a mulher conhecida como Mari tem relacionamento amoroso com o outro suspeito foragido, identificado como Yuri. Ela pegou dados pessoais de uma moradora do estado da Bahia para fazer o cadastro de passageiro no aplicativo e se passar por outra pessoa para cometer o crime.

"Nós chegamos ao nome da Mari, porque ela é companheira do Yuri. Como informaram que o Yuri participou do crime, e que possivelmente uma mulher tinha chamado a corrida, pois a Amanda só aceitava viagens de mulheres, começamos a investigar se tinha mulher envolvida. Descobrimos que a Mari fez um cadastro fake com o uso de dados uma mulher de 56 anos que mora na Bahia", disse o delegado Igor Diego.

Yuri e Mari teriam sentado no banco de trás do carro de Amanda no início da corrida, e o homem anunciado o crime com um simulacro de pistola. Depois ele teria passado para o banco da motorista e dirigido o Voyage. Já Mari e Jackson teriam ficado atrás e agredido a motorista que reagia ao roubo. A polícia confirmou que já ouviu a família de Yuri e ela confirmou a participação do casal.

"Já ouvimos familiares do Yuri que confessaram que tomaram conhecimento de que ele e a companheira praticaram o crime e depois fugiram", contou Igor Diego.

Ainda segundo o delegado, o carro da motorista foi abandonado no Conjunto Village Campestre, em Cidade Universitária, região onde o casal reside com o pai de Yuri. Depois do crime, os dois desapareceram.

"Não percebi que tinha matado ela", diz ajudante de pedreiro preso - Jackson Vital dos Santos foi preso, nessa terça, por matar a motorista de transporte por aplicativo Amanda Pereira. O homem, que contou ser autônomo e também fazer bicos como ajudante de pedreiro, admitiu que sufocou a vítima até a morte e que agiu com violência porque a mulher havia reagido ao assalto.

Logo após prestar depoimento à Polícia Civil, Jackson Vital conversou com a imprensa e destacou que, com os braços, segurou o pescoço de Amanda, ação conhecida como "mata-leão". Segundo o assassino confesso, a motorista de app teria ficado descontrolada ao ir para o banco de trás, depois de ser rendida, e mordido a mulher que participou do latrocínio.

"O intuito só foi assaltar os pertences dela. No momento, ela reagiu, colocamos ela no banco de trás e houve luta corporal. Ela mordeu a menina ao lado da gente e demos um garrote para ela desmaiar. Eu pensei que ela tinha desmaiado, mas no trajeto, eu dirigindo, ela ficou o tempo todo desacordada".

"Não tinha percebido que tinha matado ela. A gente não queria fazer nada com ela, só queríamos que ela fosse atrás e não reagisse. Só queríamos tirar os pertences do carro, dinheiro, telefone... Só isso", continuou.

Jackson também declarou que o material do roubo e cerca de R$ 180 levados de Amanda ficaram com os dois comparsas, um homem e uma mulher, que ainda seguem foragidos. Ainda de acordo com ele, o roubo teria sido planejado pela dupla.