Polícia

Caso Roberta Dias: ‘há possibilidade de ter mais autores’, diz delegada

O crime já era considerado elucidado pela Polícia Civil de Alagoas, mas deve sofrer uma reviravolta após vazamento de áudio

04/05/18 - 13h15
Arquivo TNH1

A delegada Maria Angelita, integrante da comissão que investiga o desaparecimento de Roberta Dias, em 11 de abril de 2012, admitiu que podem ter mais autores envolvidos no caso, além dos três policiais civis e uma mulher citados anteriormente pela polícia por participação no crime.

O crime já era considerado elucidado pela Polícia Civil de Alagoas, mas deve sofrer uma reviravolta depois que a transcrição de uma conversa entre suspeitos vazou no último final de semana, na cidade de Penedo.

Roberta Costa Dias, 18 anos, desapareceu quando saiu de casa com destino ao posto de saúde da cidade, onde faria exame pré-natal. A jovem estava grávida de um colega de escola, cuja família não aceitava o relacionamento. Os pais de Roberta chegaram a oferecer recompensa de R$ 5 mil para quem fornecesse informações que levassem ao seu paradeiro, mas o corpo jamais foi localizado.

O áudio vazado traz mais de 40 minutos de conversa supostamente atribuída a Karlo Bruno Pereira Tavares e Saulo Araújo, este último apontado no material como pai do bebê. De acordo com agências locais, o áudio mostra a intenção de Saulo em matar Roberta por medo de que seus pais soubessem da gravidez.

Roberta Dias estava grávida de um colega de escola quando desapareceu (Crédito: Arquivo Pessoal)

Ainda segundo agências, na conversa há detalhes de que a dupla agiu para atrair a jovem e posteriormente matá-la por asfixia, com um fio. 

O áudio teria revelado o local onde os suspeitos jogaram o corpo de Roberta Dias. A polícia fez buscas na região indicada no material vazado, mas encontrou apenas ossada de um animal.

"Temos que ter responsabilidade, porque o laudo é apenas um ponto da investigação. Não podemos revelar se o desaparecimento tem a ver com as pessoas que aparecem no áudio; precisamos de mais elementos para sustentar a ação penal”, salientou a delegada.

Entretanto, Maria Angelita sustentou à imprensa que o material revelado não foge totalmente do que a Polícia Civil já estava apurando.

“Estamos próximos de finalizar o inquérito que segue em segredo de justiça. Os citados nos depoimentos de testemunhas e em todo material que compõe o inquérito continuam sendo investigados, inclusive, os policiais civis citados em outras oportunidades como autores”, finalizou.

O áudio teria revelado o local onde os suspeitos jogaram o corpo de Roberta Dias. A polícia fez buscas na região indicada no áudio, mas encontrou apenas umas ossada de um animal. "Temos que ter responsabilidade, porque o laudo é apenas um ponto da investigação", salientou.

O inquérito deve ser concluído no prazo de 40 dias com a elucidação do crime, como garantiu a delegada Maria Angelita.