Saúde

Como avisar para uma pessoa que ela tem mau hálito? Especialista dá dicas

Correio Braziliense | 21/05/24 - 18h45
Foto: Reprodução/Pixabay

Avisar alguém sobre mau hálito pode ser uma tarefa delicada e desconfortável, mas é uma conversa necessária para o bem-estar e a saúde da pessoa afetada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a halitose, ou mau hálito, é um problema que atinge aproximadamente 30% da população brasileira, o que equivale a cerca de 50 milhões de pessoas. Estima-se ainda que cerca de 40% das pessoas sofram com o problema em algum momento da vida.

Especialistas apontam que abordar o assunto com sensibilidade e empatia é crucial e que existem estratégias eficazes para lidar com essa situação de forma construtiva e respeitosa. “Eu sugiro que a pessoa que irá avisar escolha o momento certo e fale com a pessoa em particular, longe de outras pessoas, para evitar constrangimentos desnecessários”, alerta o mestre e doutor em perio-implantodontia e diretor da Faculdade Aria de Odontologia, Alessandro Januário.

“Use uma abordagem direta, mas cuidadosa. Algo como: 'Eu sei que isso pode ser constrangedor, mas como amigo, achei importante te avisar que seu hálito não está muito bom hoje. Talvez você deve procurar o seu dentista para verificar esta questão'. Mas tudo se resume a você ter empatia e cuidado para evitar uma situação desagradável. Vale ressaltar que ir ao dentista deve ser um hábito rotineiro, assim o seu dentista poderá prevenir e orientá-lo no combate ao mal”, complementa Alessandro. 

Em relação à questão de saúde, o Januário explica que embora a halitose possa ter diversas causas, na maioria dos casos (cerca de 90%), o problema se origina na boca. “Podemos destacar que as doenças periodontais, como a gengivite provocada pela falta de higiene correta da boca e dos dentes, cáries e a alteração do padrão salivar estão entre os fatores que contribuem para a doença. Mas a halitose em 10% dos casos também pode ter causas sistêmicas como doenças renais, sinusites, problemas respiratórios e amigdalites frequentes”, relata o especialista.

Outro ponto que pode contribuir para o mau cheiro é o jejum prolongado e, segundo o especialista, a maioria das pessoas que têm mau hálito não percebe. "Existe um fenômeno conhecido como fadiga olfatória, que ocorre quando um indivíduo se acostuma com um determinado odor. Esse princípio aplica-se a qualquer cheiro que a pessoa esteja frequentemente exposta. Com o tempo, e geralmente de forma bastante rápida, o indivíduo deixa de perceber esse odor, tornando-o praticamente imperceptível para si mesmo. Esse mecanismo explica por que muitas pessoas não percebem que estão com mau hálito, apesar de ser evidente para aqueles ao seu redor”, explica Alessandro. 

Como prevenir a halitose

O mau hálito pode ter um impacto negativo na vida das pessoas, causando constrangimento e insegurança nas relações interpessoais, afetando a vida social e profissional. O especialista em perio-implantodontia reforça que é importante tomar cuidado com soluções que podem mascarar o problema. “O enxaguante bucal assim como o chiclete só disfarçam a halitose e não resolve a situação. É fundamental procurar o dentista para identificar as causas do problema e tratá-lo de forma eficaz”, finaliza o dentista.

Para evitar o problema, é indicado que escove os dentes pelo menos duas vezes ao dia por dois minutos, utilizando uma escova de cerdas macias e creme dental com flúor. Outra dica é usar o fio dental diariamente para remover os restos de alimentos e placa bacteriana dos espaços entre os dentes, onde a escova de dentes não alcança, além de utilizar um raspador de língua ou a parte de trás da escova de dentes para remover a saburra lingual.

Entre outros hábitos importantes, o dentista destaca a ingestão de água. “A água ajuda a manter a boca hidratada e a estimular a produção de saliva. Evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas em excesso também é importante, o fumo e o álcool são prejudiciais à saúde bucal e podem causar mau hálito”, explica o dentista, ressaltando a importância de visitar um profissional regularmente para realizar check-ups e limpezas bucais profissionais pelo menos a cada seis meses.