Maceió

Criança encontrada por servidores do Samu já está com a família

10/07/16 - 15h23

O garoto Samuel Victor, de apenas sete anos de idade, que supostamente havia sido abandonado pelo pai, na tarde de ontem (09), no Trapiche da Barra, já está com a família.

O menino foi levado para casa, no bairro do Vergel do Lago, após uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ter entrado em contato com o Conselho Tutelar da região do Trapiche da Barra para que as devidas providências fossem tomadas.

Segundo a conselheira tutelar da 2ª Região, Ruth Moura, a criança teria saído de casa após perceber que o pai - identificado  como José Lenildo Coutinho da Paz - não estava na residência.

“Quando nós chegamos ao local, o pai do menino estava procurando ele. Os vizinhos contaram que o pequeno é acostumado a fazer isso”, explica.

Ainda de acordo com a conselheira, a hipótese da criança sofrer maus-tratos pelo pai foi descartada, mas há a possibilidade de José Lenildo responder por abandono de incapaz.

“Ele sabia até onde morava. Foi nos guiando no carro e falando que não queria ter mentido. Chegando perto da residência, ele mostrou-se envergonhado quando viu que todo mundo estava mobilizado para encontrá-lo”, relata.

O caso

Uma criança de sete anos, sozinha na rua, aos prantos, foi encontrada na tarde deste sábado (9) por uma equipe de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), próximo à base do Trapiche da Barra, em Maceió.

Por se tratar de um apelo para localização de parentes, o TNH1, divulgou o nome e foto do garoto, na expectativa de que algum parente possa reconhecer e acolher o garoto. Quem tiver informações que possam ajudar a localizar a família de Samuel, pode entrar em contato com o Samu (192) ou PM (190).

Segundo Anderson Lourenço, que trabalha na base do Samu do Trapiche, a equipe foi surpreendida pelo garoto, aos prantos, quando retornava de uma ocorrência. “Ele veio ao encontro da equipe, chorando, e o pessoal, comovido, foi conversar com ele. Ele contou que o pai o chamou, o colocou no carro e, chegando a uma esquina aqui perto, pediu pra ele descer e disse que retornaria depois, mas não retornou”, relatou ao TNH1.

Ainda de acordo com Anderson, no carro estavam a namorada do pai e duas filhas dela, que o menino não informou se eram crianças ou adultas.

Ele identificou o pai apenas como Neno, com quem mora, junto com um tio, chamado Biu, e um irmão, de 12 anos, chamado Paulinho. A mãe do garoto, ainda segundo ele, mora na cidade de Rio Largo. 

A situação impressionou os socorristas do Samu, mas também provocou indignação. Anderson conta que toda a equipe está empenhada em cuidar do menino e tentar localizar o paradeiro do pai dele, porque todos os conselheiros tutelares com quem foi feito contato disseram não atuar na área do Trapiche.

“Estamos eu, mais dois condutores, enfermeira e técnica, do lado de fora da base para ver se passa alguém que conheça o menino, e sem poder sair. Ninguém se interessou nem em vir aqui. Nossa maior indignação é essa”, desabafa.