Em uma jogada de marketing, a prefeitura do Rio de Janeiro decidiu ampliar o período oficial do Carnaval para 50 dias neste ano. A folia começará já neste domingo (12), com um show nas areias de Copacabana, e acabará em 1º de março. A ideia é aproveitar a estrutura montada para a festa de Réveillon e induzir turistas a permanecer na cidade por mais tempo, aumentando de 1,7 milhão para 1,9 milhão o número de visitantes, como divulgou a gestão Marcelo Crivella nesta quarta (8). window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-1'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-13');A quantidade de desfiles previstos também voltou a crescer: são 543 cadastrados até agora, ante 498 em 2019 e 608 em 2018. Os chamados megablocos continuarão concentrados no centro da cidade (veja programação ao final), que igualou a zona sul em total de cortejos (133). Desde o ano passado, a prefeitura carioca vem trocando o bordão de "maior" pelo "melhor" Carnaval do Brasil, com a expansão da festa em outras capitais do país como São Paulo e Belo Horizonte. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-2'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-4'); Mesmo assim, Marcelo Alves, presidente da Riotur, empresa municipal responsável pelo evento, defende que essa será a maior folia que a cidade já viu. "A ocupação hoteleira está em 70% e chegará a 100%. [...] Mais de R$ 4 bilhões de movimentação econômica", disse em entrevista coletiva. Ele ressaltou a complexidade da organização da festa –com vários dias e um público mais jovem e com menos dinheiro do que as famílias que chegam para o Ano Novo– e deu uma alfinetada: "Todo mundo quer Carnaval, mas ninguém quer Carnaval na porta da sua casa". window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-3'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-6'); O pano de fundo do evento é um prefeito com fama de inimigo do Carnaval por ser evangélico –reputação que ele nega. Crivella nunca foi a um desfile na Marquês de Sapucaí e extinguiu as verbas da prefeitura para escolas de samba. Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, associação que reúne 12 blocos, incluindo o Simpatia É Quase Amor, vê o anúncio da ampliação do Carnaval como estratégia de um governo que quer se reeleger. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-4'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-8'); "Tiveram três anos para dar valor ao Carnaval de rua, para cuidar, para ajudar e incentivar. Não fizeram. Agora entram na reta final de um ano eleitoral", critica ela, ressaltando que o Carnaval do Rio já dura quase dois meses há anos, independente de ser oficial ou não. No último domingo (5), ao menos 25 blocos fizeram a abertura não-oficial do Carnaval do Rio, juntando milhares de pessoas no centro carioca sem autorização da prefeitura. A organização é feita pela Desliga dos Blocos, movimento "em defesa da liberdade criativa e contra a mercantilização do Carnaval de rua do Rio". window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-5'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-17'); IMPASSE DOS BLOCOS As ligas de blocos têm vivido novamente um impasse com exigências que consideram ser de responsabilidade do poder público, que começaram a ser cobradas no ano passado e teriam se intensificado agora. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-6'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-10'); A principal delas é que os grandes cortejos banquem mais ambulâncias e equipes médicas. Com isso, alguns estão tendo dificuldades em conseguir autorizações obrigatórias do Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, até agora 80 dos cerca de 200 blocos que carecem da licença foram liberados. "O Simpatia É Quase Amor, por exemplo, vai ter que colocar 6 ambulâncias, 50 maqueiros, 4 médicos e 4 enfermeiros, porque os bombeiros entenderam agora que o posto médico montado em Ipanema pela prefeitura não basta. Ninguém nunca vai conseguir cumprir isso", diz Fernandes. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-7'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-14'); As ligas pedem a revisão de decretos estaduais de 2014 e 2016, que submetem os desfiles de Carnaval com trios elétricos ou outras estruturas às mesmas regras de eventos como shows e festivais. "Não somos megaempresários do show business. Não tem cachê nem fomento", diz Rodrigo Rezende, presidente da Liga dos Amigos do Zé Pereira, que reúne Orquestra Voadora e Céu na Terra, entre outros. "Se a segurança pública é responsabilidade da PM, por que a saúde pública deve ser responsabilidade do bloco?", argumenta. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-12');No ano passado ocorreu o mesmo impasse, mas, depois de quase três meses de debate com a prefeitura, a empresa que produz o Carnaval de rua carioca assumiu o ônus, em acordo com o Ministério Público e os Bombeiros. Outra dificuldade tem sido a exigência de uma autorização da Polícia Militar, que é dada pelos batalhões das áreas dos desfiles, dependendo do entendimento de cada comandante. Em 2019, muitos cortejos tradicionais ameaçaram não sair a menos de dois dias do feriado. Neste ano, porém, a expectativa é que o problema seja resolvido antes. Convidados, os órgãos estaduais não foram à entrevista coletiva desta quarta (8) Os bombeiros afirmaram que as regras já estão previstas há tempos na legislação e que as exigências contra incêndio e pânico são estipuladas criteriosamente de acordo com uma série de fatores. Entre eles estão a existência de trio elétrico, o número de pessoas esperadas, a oferta de serviços médicos próximos, a distância de hospitais de referência e a simultaneidade com outros blocos. A organização do Carnaval do Rio é exclusiva da prefeitura, que neste ano vai disponibilizar 33 mil banheiros, 7 postos médicos, 500 profissionais de saúde, 475 agentes de trânsito e 1.180 garis. São investidos em média, anualmente, R$ 100 milhões, sendo R$ 16 milhões no sambódromo. Dentro desse valor está um aporte privado. Desde 2011, a produtora Dream Factory, através da Ambev, ganhou todas as licitações para bancar equipamentos públicos da festa (cerca de R$ 26 milhões por ano) em troca do direito de negociar verbas de patrocínio. O modelo foi criado na gestão de Eduardo Paes (então MDB). Megablocos no Rio Costumam reunir mais de 200 mil pessoas* 2.fev (domingo) - Lexa 9.fev (domingo) - Carnaval Square (Claudia Leitte) 15.fev (sábado) - Chora Me Liga 16.fev (domingo) - Bloco da Preta 22.fev (sábado) - Bola Preta 25.fev (terça) - Fervo da Ludi 29.fev (sábado) - Poderosas 1º.mar (domingo) - Monobloco *No domingo e na segunda de Carnaval não desfilam porque há o evento na Sapucaí.