Saúde

Relatório de ocupação de UTIs da Fiocruz mostra Alagoas na zona de alerta crítico

TNH1 com Agência Fiocruz | 31/03/21 - 10h16
Foto: Agência Brasil

Na manhã desta quarta-feira (31), a edição extraordinária do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz informou que Alagoas chegou a uma taxa de 86% de ocupação de leitos de UTI para adultos em tratamento da doença.

No documento, que é referência para imprensa e governos, a Fiocruz diz que Alagoas e demais estados com taxas superioras a 80% “permanecem na zona de alerta crítico”.

Os dados foram obtidos pela Fiocruz na última segunda-feira, 29 de março.

De acordo com a Fiocruz, apenas dois estados e suas respectivas capitais aparecem na zona de alerta intermediário de leitos de UTI Covid-19 para adultos - Amazonas, com 76%, e Roraima com 62%. Todos os demais estados e o Distrito Federal permanecem na zona de alerta crítico, com taxas de ocupação superiores a 80%.

Para reverter o contexto atual, os pesquisadores reafirmam a necessidade de combinar medidas de contenção (lockdown) por cerca de 14 dias – tempo mínimo necessário para redução significativa das taxas de transmissão e número de casos (em torno de 40%) e redução das pressões sobre o sistema de saúde –, medidas de resposta para a adequação de oferta de leitos e a ampliação das ações de saúde da Atenção Primária em Saúde (APS), com abordagem territorial e comunitária.

Conforme a Fiocruz, o quadro geral do país se mantém extremamente crítico.

"É importante ainda lembrar que as medidas de restrição de mobilidade, adotadas nos últimos dias por diversas prefeituras e estados, ainda não produziram efeitos significativos sobre as tendências de alta de todos os indicadores que vêm sendo monitorados pelo Observatório. Esses indicadores sempre estão defasados no tempo, e que o crescimento do número de casos na última Semana Epidemiológica (21 a 27 de março) pode ser resultado de exposições ocorridas em meados de março”, dizem os pesquisadores.

Estados com mais criticidade

Dezessete estados e o Distrito Federal encontram-se com taxas de ocupação de leitos de Covid-19 para adultos superiores a 90%: no Norte, Rondônia (98%), Acre (97%), Amapá (100%) e Tocantins (97%); no Nordeste, Piauí (96%), Ceará (94%), Rio Grande do Norte (95%) e Pernambuco (97%); no Sudeste, Minas Gerais (94%), Espírito Santo (94%) e São Paulo (92%). Já na região Sul estão os três estados: Paraná (93%), Santa Catarina (99%) e Rio Grande do Sul (95%); e no Centro Oeste, Mato Grosso do Sul (100%), Mato Grosso (97%), Goiás (94%) e Distrito Federal (97%). Outros sete estados apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos entre 84% e 89%: no Norte, Pará (85%); no Nordeste, Maranhão (88%), Paraíba (84%), Alagoas (86%), Sergipe (86%) e Bahia (86%); e no Sudeste, Rio de Janeiro (88%).

São Paulo

Responsáveis pelo Boletim, os pesquisadores do Observatório apontam que a situação de São Paulo serve como um alarme do quanto a crise atual afeta o sistema de saúde e o quadro sanitário do país.

“Neste novo patamar da pandemia, a situação mudou drasticamente. Se Manaus (Amazonas), com o colapso do seu sistema de saúde, constituiu um alerta do que poderia ocorrer em outros estados, a situação hoje de São Paulo (São Paulo) é um alarme do quanto esta crise pode ser mais profunda e duradoura do que se imaginava até então", destacam os pesquisadores.

Boletim da Sesau

Já de acordo com o relatório de ocupação de leitos exclusivos para a Covid-19 da Secretaria de Saúde de Alagoas, na última terça-feira (30), o total de ocupação de UTIs no estado chegou a 89%. Considerando apenas as UTIs na capital, Maceió, o dado chegou a 90%.