Saúde

Combinar 1ª dose da AstraZeneca com 2ª da Pfizer é eficaz, diz estudo

Terra | 13/09/21 - 14h45
Carla Cleto / Agência Alagoas

A combinação da primeira dose da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca com uma segunda dose de imunizantes de RNA mensageiro (RNAm), como os produzidos por Pfizer/BioNTech ou Moderna, fornece "boa proteção ", disse nesta segunda-feira, 3, o Instituto Estadual de Soro (SSI) da Dinamarca.

Um número crescente de países está procurando mudar para diferentes vacinas covid-19 para as segundas doses, medida particularmente necessária na Dinamarca após as autoridades de saúde descontinuarem as inoculações com a vacina da AstraZeneca em abril, em função de raros efeitos colaterais. Mas a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), além de outras autoridades do setor, já afirmaram que os benefícios superam os riscos no caso da vacina da AstraZeneca. 

No Brasil, o imunizante só não é recomendado para grupos específicos, como gestantes. A restrição foi adotada após a morte de uma grávida no Rio que havia recebido uma dose da AstraZeneca no dia anterior. Para as gestantes que já haviam tomado o imunizante da farmacêutica anglo-sueca, a recomendação do Ministério da Saúde foi justamente combinar com uma segunda injeção da Pfizer. A vacina da Moderna não é aplicada no Brasil.

Na Dinamarca, mais de 144 mil pessoas, a maioria funcionários da linha de frente no setor de saúde e idosos, receberam sua primeira injeção com a vacina da AstraZeneca, mas foram posteriormente vacinados com as vacinas da Pfizer/BioNTech ou Moderna. "O estudo mostra que quatorze dias após um programa de vacinação combinado, o risco de infecção com SARS-CoV-2 é reduzido em 88% em comparação com indivíduos não vacinados", disse o Instituto Estadual de Soro. Essa é uma "alta eficácia", acrescentou o SSI, comparável à taxa de eficácia de 90% de duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech, confirmada em outro estudo dinamarquês.

Publicado na semana passada, o estudo abrangeu um período de mais de cinco meses entre fevereiro e junho, período em que a variante Alfa do coronavírus, identificada originalmente no Reino Unido, foi predominante. Não foi possível concluir se a mesma proteção se aplica à variante Delta, que é agora a mais difundida na Dinamarca, em outros países da Europa e nos Estados Unidos, país em que, segundo a plataforma Our World in Data, a Delta já corresponde a mais de 90% dos casos. No Brasil, essa cepa não é a dominante, mas preocupa especialistas. Identificada originalmente na Índia, a Delta é mais transmissível e tem freado planos de reabertura no exterior.