Justiça

Caso Beatriz: defesa pede perdão judicial para mãe, que virou ré por abandono de incapaz

Redação TNH1 | 29/10/20 - 16h41
Reprodução

A defesa de Ana Lúcia da Silva, mãe da menina Ana Beatriz Rodrigues Rocha, de 6 anos, estuprada e morta no último mês de agosto, na cidade de Maravilha, no Sertão de Alagoas, entrou com pedido de perdão judicial. A informação foi confirmada pela advogada Julia Nunes, da Associação AME, após o juiz Leandro de Castro Folly, da Vara de Maravilha, acolher a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e tornar a mãe ré por abandono de incapaz.

Ao TNH1, a defesa afirmou que o pedido foi protocolado ainda ontem e que a ação do Ministério Público aconteceu devido a apuração no inquérito policial e informações de negligência da mãe no momento do desaparecimento da criança. 

"Fizemos a defesa dela, entendendo que existe uma possibilidade judicial, que é o perdão judicial. Nós entendemos que a morte da Bia já foi uma penalidade muito grande para a mãe pelo suposto crime praticado contra ela. A pena de prisão, de detenção, qualquer que seja, é muito inferior ao que ela já vem sofrendo pela perda da filha. Neste momento a gente faz um alerta para todas as outras mães que negligenciam ou abandonam os filhos mesmo que seja por horas, isso não pode ocorrer".

"O perdão judicial é feito quando o dano ocasionado pela própria ação do réu é muito maior do que a pena que possa ser aplicada pela Justiça. Sim, a mãe em todo momento soube, desde o início a gente informou da responsabilidade dela e das possibilidades do Ministério Público proferir uma decisão que seria a denúncia. Ela foi notificada de imediato e prontamente fizemos a defesa. Nós entendemos que ela não tinha má fé, que ela não agiu de má fé quando a filha desapareceu, foi um descuido. Se houve um crime, houve de forma culposa", concluiu a advogada.

O pedido agora será apreciado pelo juiz do caso, que vai decidir se concede ou não o perdão judicial. 

Entenda o caso

O corpo da menina  Ana Betriz, de 6 anos, foi encontrado, no  dia 6 de agosto, com hematomas e sinais de estupro, dentro de um saco. A menina estava desaparecida há um dia. O corpo havia sido colocado no telhado da casa do homem que é acusado no crime. Ele era amigo da família e costumava dar dinheiro para a menina comprar bala. O caso chocou a população de Maravilha.