Justiça

Caso Joana Mendes: júri é adiado pela segunda vez após advogado apresentar atestado

TNH1 | 31/01/24 - 11h00
Polícia Civil de Alagoas

A Justiça de Alagoas adiou pela segunda vez o júri popular do Arnóbio Henrique Cavalcante Melo, acusado de matar a ex-esposa, a advogada Joana de Oliveira Mendes, com mais de 30 golpes de faca. O julgamento estava agendado para esta quinta-feira (1º), mas o advogado do réu pediu o adiamento após alegar que não estaria apto para participar.  A audiência foi remarcada para o dia 1º de abril de 2024, no Fórum do Barro Duro. O réu será julgado por feminicídio, crime ocorrido em outubro de 2016.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Alagoas, a solicitação foi feita na última segunda (29), três dias antes da realização do júri. O advogado de defesa enviou um atestado de 30 dias, assinado por um médico psiquiatra, que constava o afastamento. O pedido foi analisado e aprovado pelo juiz Yulli Roter, da 7ª Vara Criminal de Maceió.

O magistrado afirmou que o pedido não tinha sustentação na realidade processual apresentada, uma vez que existem outros advogados envolvidos no caso, mas que aceitou diante do caso e do comportamento da defesa.

“Diante da especificidade do júri e antevendo o comportamento da defesa que, reiteradamente, vem se socorrendo a diversos expedientes na tentativa de adiar indefinidamente o julgamento, entendo não adequado a manutenção do julgamento”, destacou Yulli.

Às vésperas do julgamento, o réu anexou transcrições de mensagens, com supostos diálogos, mas sem informar de qual aparelho teriam sido extraídas. 

O julgamento já tinha sido adiado anteriormente, quando deveria ocorrer no dia 18 de dezembro, mas houve a justificativa de realizar algumas diligências, como a liberação de acesso a documentos sigilosos e o exame de identificação e comparação datiloscópica para identificar possíveis digitais presentes na suposta arma do crime.

Prisão - No dia 12 de dezembro, o Ministério Público de Alagoas requereu a prisão de Arnóbio Cavalcante. Ele foi detido no dia 14 de dezembro, após o promotor de Justiça Antônio Vilas Boas alegar que o laudo psiquiátrico apresentado pelo réu estava sob suspeita, podendo o acusado ter cometido os crimes de fraude processual, falsidade ideológica e corrupção ativa. O MP-AL também solicitou a abertura de inquérito policial para investigar se, de fato, houve o cometimento de tais práticas ilícitas.

Entenda o caso - Joana Mendes foi assassinada com 32 facadas no rosto, em outubro de 2016, após se encontrar com o ex-marido, Arnóbio Cavalcanti. Segundo o Ministério Público de Alagoas, Arnóbio teria dito à vítima que queria conversar sobre o divórcio, atraindo-a para dentro de um carro, onde desferiu os golpes de arma branca contra a ex-mulher. A causa da morte de Joana foi choque hipovolêmico, intercorrência emergencial causada pela perda, em grande quantidade, de líquidos e sangue.

O réu alegou não se lembrar de ter cometido o assassinato e apresentou um laudo de insanidade mental, contestado pelo MP.