Justiça

Mãe, padrasto e tio vão a júri popular pela morte do menino Rhaniel Pedro

Redação TNH1 | 18/05/22 - 16h39

A Justiça de Alagoas pronunciou Ana Patrícia da Silva Laurentino Lourenço, Vítor de Oliveira Serafim e Wagner de Oliveira Serafim a júri popular pela morte do menino Rhaniel Pedro, encontrado sem vida, no dia 13 de maio de 2021, no bairro Clima Bom, em Maceió. Ana é a a mãe da criança, enquanto Vítor é o padrasto e Wagner, irmão de Vítor. A informação foi confirmada pela assessoria do Tribunal nesta quarta-feira, 18. 

A decisão é do juiz Ygor Vieira de Figueirêdo, da 14ª Vara Criminal da Capital - Crime contra Menor, Idoso, Deficiente e Vulnerável. O trio vai responder pelos seguintes crimes: homicídio qualificado por motivo torpe, por meio cruel – asfixia, com impossibilidade de defesa da vítima e para assegurar a ocultação do crime de estupro de vulnerável; estupro de vulnerável; ocultação de cadáver.

Além disso, o magistrado manteve a prisão preventiva dos três acusados. "Tendo em vista o indicativo de que os delitos foram praticados com crueldade e mediante diversas ações agressivas distintas. [...] notadamente pelo fato dos réus terem supostamente agido em comunhão de desígnios tanto no cometimento do delito quanto para obstaculizar as investigações, agindo em articulação prévia e em comunhão de desígnios para combinar versões e mudar o foco da investigação policial, no ímpeto único de não atrair a atenção para os delitos por eles desenvolvidos", justificou o juiz na decisão. 

Ana Patrícia e o cunhado foram presos no dia 19 de novembro de 2021. O padrasto de Rhaniel havia sido preso em junho passado, após ser apontado como o autor de um estupro contra uma adolescente de 12 anos. Ele também se tornou suspeito da morte do menino.

Relembre o caso - O menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva foi encontrado morto com sinais de violência e abuso sexual no dia 13 de maio de 2021, em uma calçada na região próxima da casa onde morava, no bairro Clima Bom, parte alta de Maceió. Na ocasião, a própria mãe de Rhaniel deu entrevistas falando que a criança sumiu após sair de casa para uma aula de reforço escolar. O caso teve forte impacto na sociedade alagoana e ela chegou a receber homenagem do CSA na final do Campeonato Alagoano daquela temporada. Os jogadores entregaram a faixa com a frase "Eternamente em nossos corações - Rhaniel Pedro" aos familiares da criança e deram um abraço simbólico em Ana Patrícia.

Mais de seis meses depois, a investigação do assassinato do pequeno Rhaniel chegou ao fim com as prisões da mãe da criança e do irmão do padrasto dela. A mulher, segundo os delegados, pesquisou sobre homicídio, pornografia, violência sexual contra crianças e formas de desovar o corpo antes do dia 12 de maio, quando o menino foi morto. 

Ana Patrícia levantou suspeita de participação no assassinato depois de ter vendido a bola que recebeu de presente durante a homenagem para o menino na final do Campeonato Alagoano deste ano. Segundo a polícia, ela cobrou R$ 1,5 mil para comercializar o item simbólico, o que fez as autoridades perceberem que a mãe não tinha muito apego pelo garoto.